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Publicado: 16/07/2025 | Autor: Isabella Lee PhL, MSc, Global Senior Nutritional Scientist

No mundo da nutrição, os alimentos ultraprocessados (AUPs) estão a receber cada vez mais atenção, sendo frequentemente destacados em discussões sobre obesidade, doenças crónicas e a alimentação moderna. Mas o que torna exatamente um alimento "ultraprocessado"? E será que a ligação a problemas de saúde é assim tão direta? Vamos explorar a conversa em torno dos AUPs para te ajudar a fazer escolhas que apoiem a tua saúde e o teu estilo de vida.

O que são alimentos ultraprocessados?

Provavelmente já ouviste falar do termo alimentos ultraprocessados (AUPs), mas o que é que isso realmente significa? O conceito foi introduzido pela classificação NOVA, que organiza os alimentos em quatro grupos com base no nível de processamento (Blomhoff et al., 2023).
Grupo 1: alimentos não processados ou minimamente processados, como fruta fresca ou iogurte natural, que apenas passam por etapas básicas para serem seguros e práticos;
Grupo 2: ingredientes culinários processados, extraídos de fontes naturais, como óleos, manteiga, açúcar e sal, usados para temperar ou cozinhar;
Grupo 3: alimentos processados, como queijo ou pão, feitos através da combinação de alimentos dos Grupos 1 e 2, para melhorar o sabor ou prolongar a validade;
Grupo 4: alimentos ultraprocessados (AUPs), como refrigerantes, snacks embalados ou noodles instantâneos, criados para conveniência, longa duração e alta palatabilidade (Monteiro et al., 2018).
Os AUPs são produtos alimentares formulados industrialmente e submetidos ao mais elevado nível de processamento. São normalmente feitos a partir de ingredientes refinados, aditivos e contêm pouca ou nenhuma matéria-prima integral. São muitas vezes associados a “comida de plástico” rica em calorias, açúcares adicionados, sal e gorduras pouco saudáveis – mas isso não é toda a verdade.
Os críticos do sistema NOVA argumentam que este se foca apenas na forma como o alimento é produzido, sem considerar a sua qualidade nutricional. Por exemplo, um produto fortificado e nutritivo, como uma barra de proteína com fibras e vitaminas adicionadas, pode ainda ser classificado como ultraprocessado, mesmo que contribua para um estilo de vida saudável e equilibrado.

O que fazem os ultraprocessados ao teu corpo?

Pesquisas recentes associam dietas ricas em alimentos ultraprocessados (AUPs) a efeitos negativos para a saúde, como aumento de peso, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até depressão (Juul & Beere, 2024). Como os AUPs são criados para serem “hiperpalatáveis”, acabam por ultrapassar os sinais naturais de saciedade do corpo e levam a comer em excesso. Alguns investigadores também sugerem que podem alterar o microbioma intestinal (Juul & Beere, 2024).
No entanto, nem todos os investigadores concordam que os AUPs sejam prejudiciais por definição. O problema não está no grau de processamento em si, mas sim na qualidade nutricional (muito açúcar, gordura saturada, sal e pouca fibra) e nos padrões alimentares associados ao consumo de AUPs, que contribuem para estes problemas de saúde (Temple, 2024).
Em outras palavras, nem todos os AUPs são iguais. Bebidas vegetais fortificadas, tostas integrais ou batidos proteicos são tecnicamente classificados como AUPs, mas isso não os torna automaticamente pouco saudáveis. Em muitos casos, alimentos fortificados e práticos podem ser úteis, especialmente para pessoas com horários apertados e rotinas agitadas. O que realmente importa é a qualidade global da dieta e os hábitos alimentares, e não apenas a categoria de processamento.

Ultraprocessados: o que deves saber antes de comer

• Lê os rótulos. Procura por valores elevados de açúcares adicionados, sal (sódio) e gorduras saturadas – são sinais de uma qualidade nutricional mais baixa.
• Faz escolhas mais inteligentes. Ao comprar alimentos processados, opta pelos que têm perfis nutricionais melhores. Procura por alto teor de proteína, fibra, gorduras insaturadas e vitaminas e minerais adicionados.
• Dá prioridade aos alimentos integrais. Frutas, legumes, leguminosas e cereais integrais devem ser a base da tua alimentação. É uma forma prática e eficaz de reduzir o consumo de AUPs.
• Inspira-te na Dieta Nórdica. Rica em vegetais, bagas, cereais integrais, peixe e gorduras saudáveis, esta forma tradicional de comer aposta em alimentos sazonais e minimamente processados.
• Não tenhas medo da conveniência. Processado não significa automaticamente pouco saudável. O que conta são os ingredientes e a qualidade do produto como um todo.
• O equilíbrio é o que mais importa. O padrão geral da tua alimentação é mais importante do que qualquer escolha individual.

A visão da Oriflame sobre os AUPs (alimentos ultraprocessados)

Na Oriflame, não acreditamos em extremos. Acreditamos sim em nutrição positiva, focada no que apoia a tua saúde e não apenas no que deves evitar. Queremos ajudar-te a viver com intenção, não com restrições. Isso significa escolher alimentos integrais e minimamente processados sempre que possível, mas também reconhecer que AUPs bem formulados, como suplementos, batidos de proteína e bebidas ricas em fibra, podem fazer parte de um estilo de vida saudável e equilibrado.

Uma abordagem realista aos alimentos ultraprocessados

A conversa em torno dos AUPs está a evoluir. A categoria tem várias nuances que merecem ser discutidas, mas já está claro que reduzir o consumo de AUPs pobres em nutrientes e ricos em calorias é uma escolha inteligente – ainda assim, eliminá-los completamente pode não ser prático ou sequer necessário.
O mais realista é dar prioridade a alimentos integrais, escolhendo opções processadas bem formuladas quando fizer sentido, porque são os hábitos alimentares sustentáveis e a longo prazo que realmente nutrem o teu corpo.

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